A pandemia de covid-19 alterou diversos hábitos na rotina dos consumidores brasileiros, um deles foi o aumento nos pedidos de refeições via meios digitais, como apps de delivery e mídias sociais. Segundo um estudo feito pelo IFB (Instituto Foodservice Brasil) em parceria com a consultoria Cognitive Media Science, 74% do setor de foodservice indicou que investirá pouco em transformação digital ou não sabe quanto investirá.
Esse fato acende um alerta, pois estudos do MIT e da consultoria Capgemini Consulting mostram que empresas digitalmente menos maduras podem ter perdas de 24% nos lucros. O levantamento destaca que o processo de transformação digital vai além das vendas online. Uma empresa que realmente deseja alcançar a maturidade digital, deve utilizar a tecnologia como propulsora das melhorias de processos estratégicos em todas as áreas, melhorando radicalmente sua gestão em todas as áreas.
Os resultados da pesquisa foram analisados de acordo com parâmetros desenvolvidos pelo MIT para classificação da maturidade digital:
Iniciantes
Têm poucas capacidades digitais e limitam-se a aplicações tradicionais. Esse grupo corresponde a 65% dos entrevistados, contra 43% no cenário nacional, indicando que o setor possui menor maturidade digital que a média das empresas brasileiras.
Conservadores
Privilegiam segurança em vez de inovação, com investimentos seletivos, mas consistentes, em tecnologia e mídia digital. No segmento de foodservice, 20% das empresas foram diagnosticadas nessa faixa versus 6% das empresas brasileiras, indicando um maior conservadorismo do setor.
Digiratis
Investimentos agressivos em digital alinhados com visão estratégica e capacidade de execução. Apenas 13% das entrevistadas se encaixam na classificação mais cobiçada pelas empresas que desejam se transformar digitalmente, bem abaixo da média geral de 26% das empresas nacionais.
Fashionistas
Experimentaram diversas aplicações digitais. Algumas criaram valor, mas muitas não geraram resultados. Somente 2% das empresas de foodservice foram classificadas como fashionistas, contra uma média de 25% das empresas brasileiras são fashionistas. O resultado representa um aspecto positivo para as empresas de foodservice, pois significa que seus investimentos em TI possuem alinhamento com estratégia e não são influenciados por modismos.
“A pesquisa oferece um retrato do estágio de maturidade digital de um setor e permite a comparação, através de critérios objetivos, de cada empresa com a média nacional e com seus pares no mercado. Isso norteia o plano de ações para que as empresas realizem sua transformação digital”, afirma Claudio Oliveira, CEO da Cognitive.
Principal barreira
A pesquisa identificou que esse resultado é proveniente de uma grande barreira cultural entre as empresas do setor. Entre os entrevistados, 52,5% identificaram esse fator como impeditivo para a transformação digital não evoluir. Outros motivos citados foram: limitações orçamentarias e estruturação adequada do projeto.
“As empresas esperam que o processo de transformação digital seja a solução para muitos dos seus problemas, porém precisam atuar de maneira mais estratégica e focada para que isso se torne uma realidade. Sem dúvida, somente as empresas que se prepararem para esse novo momento do setor do foodservice terão força competitiva para alcançar seus objetivos”, afirma Claudio Gekker, líder do comitê de transformação digital do IFB.
O estudo entrevistou 61 executivos à frente de grandes empresas com faturamento anual acima de R$ 300 milhões do setor de alimentação fora do lar.
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