Os Ecossistemas de Negócios têm limites?

Os Ecossistemas de Negócios têm limites?

A Amazon opera na área de no e-commerce com Amazon, em música com Amazon Prime Music, nos livros digitais com Kindle, em vídeo com a Amazon Prime Video, em computação na nuvem com AWS, em streaming com Twitch, em pagamentos com Amazon Pay, em logística com Amazon Logistics, em audiolivros com Audible, em assistente virtual com Alexa e em avaliação de filmes com IMDb. A Amazon iniciou seus negócios em 1994 e tem hoje valor de mercado de US$ 1,66 trilhão.

O Alibaba, fundado em 1999 em Hangzhou, na China, e portanto com apenas 22 anos e valor de mercado atual de US$ 611 bilhões, tem perto de 180 negócios e marcas integrados em seu ecossistema e acaba de criar uma nova frente com uma joint venture para desenvolver carros elétricos com o nome de IM. Agora em abril, recebeu multa de US$ 2,8 bilhões do governo chinês por abuso de poder concorrencial.

A Tencent, que iniciou operações em Shenzen, na China, em 1998 com um negócio de games e é hoje o maior player global nessa área, também atua em mídia social, pagamentos, entretenimento, e-commerce, serviços médicos, tecnologia, televisão e cinema, música e streaming, tendo hoje perto de 600 empresas em seu ecossistema e valor de mercado de US$ 741 bilhões.

Em comum, os três grupos têm seu modelo focado em Ecossistemas de Negócios, ainda que na Amazon isso não seja assumido desta forma. Seus vínculos com tecnologia e o digital, suas estruturas, explosiva velocidade de crescimento, amplitude de atuação, acesso e uso de informações segmentadas dos consumidores, atuação e expansão global e sua capacidade de inovação a tornam ícone do movimento que envolve o protagonismo dos Ecossistemas de Negócios no mundo atual e futuro.

Isso para citar apenas essa três, pois algumas mais poderiam ser incluídas nessa lista, como, por exemplo JD.com, Pinduoduo e Didi na China, Sonae a partir de Portugal, Tesco a partir da Inglaterra, Magalu, Universo Americanas, Via, Mercado Livre e Carrefour no Brasil. Só para citar alguns outros exemplos.

Na realidade atual e futura, os Ecossistemas estarão dominando o cenário de negócios por sua capacidade de expansão acelerada a partir do conhecimento e relacionamento contínuo e constante com consumidores e sua condição para transformar esse poder, combinados com o uso de tecnologia, em um ativo estratégico único que alavanca negócios e atrai capital com custo baixo, parceiros, investidores e oportunidades crescentes. E, quanto mais crescem, mais oportunidades têm para crescer.

Vale ousar afirmando que, mais ou cedo mais tarde, os maiores negócios estarão integrados de alguma maneira em algum metaecossistema, combinação de ecossistemas, ou terão de se conformar em operar em mercados super segmentados ou de nicho.

Como já acontece na China, onde o duopólio Alibaba-Tencent é dominante e impõe restrições competitivas sérias, inibindo a concorrência em uma infinidade de setores. A ponto de o Carrefour, um dos maiores varejistas globais de super e hipermercados, ter saído do país por conta da dificuldades enfrentadas e o poder de fogo dos ecossistemas locais.

À medida que avança a participação dos Ecossistemas, ou se está integrado, ou o mercado fica limitado.

Nota: Nos dias 27 e 28 de maio, estaremos debatendo e discutindo o presente e o futuro dos Ecossistemas de Negócios com Mark Greeven, atualmente na Holanda, uma das maiores autoridades globais no tema, com a participação de Shaoming Yang, de Hong Kong, e ex-vice-presidente de Alibaba-AliExpress, apoio da KPMG e participação de CEOs e presidentes ligados aos setores de varejo e consumo no Brasil. Para conhecer mais sobre o tema, acesse a Amazon e baixe o paper “Ecossistemas de Negócios: Transformando o mercado, o consumo e o varejo”. Clique aqui. E, para participar do evento, clique aqui.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvea Ecosystem e Publisher da Plataforma Mercado & Consumo.
Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo

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