Com a valorização do real, o Brasil perdeu espaço para concorrentes estrangeiros nos mercados interno e externo, aponta estudo.
A participação dos produtos importados no consumo nacional subiu de 16,4% para 16,8%, a preços constantes, no acumulado de julho de 2016 a junho deste ano.
No mesmo período, a participação das vendas externas no valor da produção da indústria de transformação ficou em 15,6%, quase o mesmo registrado no acumulado de janeiro a dezembro de 2016.
As informações são do estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado nesta terça-feira, 12 de setembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O estudo alerta que o desempenho dos quatro coeficientes – dois que avaliam as exportações e dois que medem a participação das importações no mercado doméstico – indica o aumento das dificuldades de competição dos produtos brasileiros.
De acordo com o levantamento, o aumento da participação das importações no mercado doméstico e a interrupção da recuperação do coeficiente de exportação deve-se, especialmente, à instabilidade e à valorização da moeda nacional frente ao dólar. Em 2016, o real se valorizou 6,6%.
SETORES
Nos últimos 12 meses, o coeficiente de exportação caiu em nove dos 23 setores da indústria de transformação. As maiores quedas frente a 2016 foram nos setores de fumo, outros equipamentos de transporte (reboques, aviões, navios) e têxteis. O maior aumento das exportações em relação à produção foi registrado nos setores de veículos automotores e de madeira.
O coeficiente de penetração das importações, que mede a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional, cresceu na maioria dos setores, especialmente nos de coque (espécie de carvão mineral), derivados do petróleo, bicombustíveis, produtos têxteis, máquinas e materiais elétricos e farmacêutico. “Apenas outros equipamentos de transportes, máquinas e equipamentos e fumo registraram queda no coeficiente de penetração das importações a preços constantes”, afirma o estudo.