Atualmente é possível dizer que o foodservice rompe barreiras e torna-se um dos mais importantes fios condutores na relação entre marcas e seus clientes. Novidade? Parece que não. Aqui no Brasil, em 1913, o Mappin inaugurou sua primeira loja com uma casa de chá integrada.
Assim como tudo no varejo, esse movimento acelerou e desacelerou ao longo dos anos por inúmeros os motivos: varejistas dando foco exclusivamente ao seu core business, busca por lojas com baixo custo de implantação, definições por menor complexidade operacional, falta de adesão de operadores de foodservice a essa modalidade e tantos mais.
Porém, as marcas de luxo sustentaram essa tendência como uma forma de gerar valor e construir oportunidades de relacionamento com seus clientes. Restaurante Ralph Lauren, Gucci Osteria, Thiffany Café, Porshe Bar e muito mais. Claro, sempre apoiados por grandes chefs na construção dessa jornada.
Há pelo menos dez anos vemos um reaquecimento desse movimento não só entre as marcas de luxo, mas entre varejistas em geral. Nordstrom já possui 400 operações de alimentação integradas às suas lojas e criou uma divisão food dentro da sua estrutura. Restoration Hardware baseou a estratégia de recuperação do negócio utilizando o foodservice como plataforma de hospitalidade em seus restaurantes e cafés, e hoje tem reservas disputadas.
No Brasil, a loja de brinquedos Ri Happy tomou a decisão de se tornar uma “casa de festas” e oferecer serviço de buffet apoiado por um parceiro com cobertura nacional para assegurar padronização da qualidade oferecida. Então, a família pode apreciar esse momento e presentear o aniversariante e, claro, comprar um mimo para os pequenos convidados.
Outro movimento importante que ganha tração é o direct to consumer. Facilmente, esse tipo de operação poderia ser realizada num formato de colaboração. Sim, a indústria deseja estar frente a frente com os consumidores, mas, não está pronta para cuidar de todos os detalhes que o dia a dia do foodservice exige. Contratações, treinamento, escala, serviço. E algumas indústrias se encolhem criando formato de revendas de produtos e, portanto, perdem a oportunidade de oferecer a experiência potencializada.
Mas a responsabilidade de consolidar esse movimento é de quem? Do varejista? Das redes e dos chefs? Eu não posso mais comprar um sapato sem tomar um drink? Em 2002, de todo valor que o brasileiro despendia com alimentação, 22% eram destinados para alimentação fora do lar. Em 2019, esse número passou a ser 34%. Em mercados maduros, como o americano, esse percentual passa dos 50%.
Então, sim! Existe muito potencial para o crescimento e o caminho é a integração inteligente. É necessário compatibilização de tecnologias para assegurar transparência de gestão, definição de mix adequado, estrutura simplificada e, principalmente, que tudo agregue valor para o cliente e para a marca.
Nessa edição do Latam Retail Show apresentamos o Restaurante do Futuro e nele dois parceiros que estão prontos para alçar esse tipo de voo: a Venchi, que já opera nesse formato com Eataly, e a Help Bar, que estruturou seu modelo em parceria com a Gouvêa Foodservice para seguir essa jornada. Passe no estande e conheça os insights para a jornada de construção do restaurante do futuro. Até lá!
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
Imagem: Divulgação