Como você utiliza as ferramentas de gestão na sua empresa?
O planejamento estratégico ou o plano diretor em grande parte das empresas é o direcionador das ações que serão adotadas para que o negócio se desenvolva, olhando o curto, médio e longo prazos e proporcionando que os objetivos sejam alcançados. Neste momento de chegada de orçamento, precisamos revisitá-los.
Em alguns momentos e nas elaborações destes planos, contamos com algumas ferramentas que podem ajudar e facilitar o método para a criação desse processo.
Vamos te apresentar neste artigo uma visão geral das 3 grandes ferramentas de gestão utilizadas para você escolher a que melhor se enquadra aos objetivos e sua organização.
1. Análise Swot
A análise Swot, podemos dizer, é uma das ferramentas de gestão estratégica mais conhecidas. O seu objetivo é analisar o cenário e ela pode ser usada por todas as empresas e departamentos, em estratégias de venda e diversas situações.
A análise do cenário contempla a partir do ambiente interno as forças e fraquezas, que representam a posição ocupada pela empresa hoje, e do ambiente externo as suas perspectivas de futuro, ou ameaças e oportunidades.
Desta forma, obtemos um quadrante formado por quatro partes.
Ambiente interno
Ambiente interno é aquele que pode ser controlado pela empresa. Nele encontramos:
- Forças – No que a sua empresa se destaca e se diferencia entre os concorrentes? O que vocês possuem de recursos e capacidades que podem se transformar em vantagens competitivas?
- Fraquezas – O que está prejudicando os seus resultados? Capacitação da equipe? Como anda a relação com os seus clientes? Qual o nível de satisfação com os serviços prestados? O que vocês poderiam estar fazendo melhor? Quais são as vulnerabilidades de sua empresa?
Ambiente externo
Já o ambiente externo não pode ser controlado pela organização e nele devemos buscar identificar:
- Oportunidades – Que oportunidades podem ser adicionadas positivamente ao seu negócio?
- Ameaças – Por outro lado, quais eventos podem prejudicar negativamente os seus negócios?
Ambos se necessário, devem ser acompanhar uma tabela de análise levando em consideração dois eixos : probabilidade versus impacto delas ocorrerem.
Em seguida, depois de identificar tais informações, será mais fácil definir os próximos passos do planejamento estratégico da sua empresa.
Depois, será de maior compreensão identificar os próximos passos para a construção do seu planejamento estratégico e definir os passos para cada equipe executar.
2. As 5 forças de Porter
O autor do modelo observou que existem 5 forças externas à empresa atuando em todos os negócios, em maior ou menor grau. Começar a entender a atuação dessas forças dá à organização uma visão do mercado onde ela está inserida, mostrando a competitividade nesse mercado.
Significa praticamente olhar para fora da empresa, avaliando o seu segmento como um todo. É importante ter em mente que estas forças influenciam todos os negócios deste segmento, ou seja, você e todos os seus concorrentes.
As 5 forças de Porter são:
- Poder de barganha dos fornecedores – Há muitos fornecedores? Qual o grau de diferenciação entre eles? E a possibilidade de um substituir o outro facilmente? Isso certamente influenciará a sua negociação com eles.
- Poder de barganha dos consumidores – O mesmo vale para os seus clientes. Quanto mais opções similares os compradores tiverem, mais eles irão pressionar esse segmento por preços menores.
- Ameaça de novos concorrentes – Avalia o grau de facilidade ou dificuldade de novas empresas entrarem nesse segmento e mostra se um mercado pode ser rapidamente saturável por novos players ou não.
- Rivalidade entre os competidores – Como está a rivalidade entre os concorrentes no seu segmento? Mercados de rivalidade acirrada
- Ameaça de produtos substitutos – Qual a possibilidade de existência de novos produtos capazes de atender às necessidades e desejos dos seus clientes?
3. Business Model Canvas
O Canvas Modelo de Negócio é uma ferramenta de gestão estratégica útil para criar um modelo de negócio de forma rápida e visual.
Diferente de um plano de negócios, que é praticamente extensivo e pode ter um prazo maior de elaboração, dependendo da complexidade da empresa, o modelo Canvas proporciona visão sistêmica de uma forma simples e facilita o trabalho colaborativo.
Ele é formado por nove blocos, que idealmente devem ser preenchidos de acordo com a listagem abaixo:
- Segmento de clientes – Para qual nicho de mercado a sua empresa decidiu desenvolver seus produtos?
- Proposta de valor – Quais benefícios os seus produtos e serviços entregam aos clientes?
- Canais – São os meios pelos quais a empresa se comunica e entrega valor para os clientes.
- Relacionamento com os clientes – Quais estratégias são utilizadas para que os seus clientes não troquem a sua empresa pelos seus concorrentes?
- Fontes de renda – Como os seus clientes pagarão pelos benefícios que você oferece?
- Recursos-chave – Quais são os ativos fundamentais da sua empresa? Aqui entram ativos físicos, e intelectuais (como patentes, por exemplo), recursos humanos, dentre outros.
- Atividades-chave – Quais são as atividades mais importantes para que o seu negócio funcione da forma correta?
- Parcerias-chave – Quais são as empresas que podem ajudar o seu negócio a entregar a sua proposta de valor ao nicho de mercado escolhido?
- Custos – Quais os principais custos inerentes à operacionalização desse negócio, conforme delimitado nos blocos anteriores?
Conclusão
Escolhendo a ferramenta de gestão estratégica com maior aderência, o importante é desenvolvê-la com atenção e manter um acompanhamento do cenário interno e externos.
Para equipes com grandes números de executivos e funcionários que estão conectados com o negócio, é importante construir as visões com a participação de todos ou comunicá-los. Porque isso garante a sinergia e engajamento do time e, com certeza, enriquece a análise e amplia a visão do dono do negócio para as oportunidades que estão acontecendo no mercado e na organização.
Roberto de Souza Furtado é consultor na Gouvêa Consulting.
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