Estou na NRF 2022 e, com base no que tenho ouvido, passo a repensar fortemente o papel das universidades na vida das pessoas.
O conhecimento técnico oferecido por essas instituições parece perder espaço para um modelo baseado em facilitação, tecnologia e autodidatismo. O conhecimento é fluido e pode ser oferecido de maneira colaborativa por membros de um mesmo ecossistema do qual a pessoa faça parte.
E qual será o novo papel das universidades?
Ante ao que tenho assistido por aqui, fica claro que a universidade pode se tornar um caldeirão voltado para a formação de líderes. Na verdade, líder não é o que as pessoas e empresas precisam. As universidades precisam formar mentores.
Mentores suficientemente equilibrados, justos e humildes para aprender e ensinar, para transformar as empresas e construir o mundo que queremos.
Parece fácil e clichê. Porém, assistindo ao painel “Investindo em sua equipe: criando oportunidades para mulheres no topo”, composto por profissionais de grandes empresas, escuto a frase: “As pessoas continuam deixando as empresas por não estarem felizes com sua liderança.”
Em 2022? É sério que ainda não sabemos nos relacionar e nos comunicar?
Nesse mesmo painel, ouvi a máxima: “Aqui na nossa empresa ninguém é tratado igualmente. Todos são únicos.”
Espero que isso faça sentido para você e te provoque a dar o primeiro passo nessa direção.
Conhecer as dores e felicidades de nós, mulheres, em nossa construção profissional, tem sido outro ponto que estou recortando nesse evento. Em ampla e aberta discussão, três mulheres contam como o feedback as ajudou a voar mais alto e como também as fez passear pelas trevas.
Veja, não estamos falando de elogios, mas de como o feedback pode aumentar a competitividade, agressividade profissional ou gerar sentimento de culpa, ineficiência e incompetência, minando a capacidade da mulher de mentorar (não mais liderar) empresas de sucesso.
Por outro lado, o metaverso é o tema do momento nessa NRF e é um conteúdo que tem sido majoritariamente apresentado por mulheres em painéis, palestras e discussões.
Ou seja, temos coisas a resolver em termos de equidade, mas as mulheres ocupam lugares cada vez mais importantes quando o assunto é tecnologia e inovação.
Aumento da presença de negros em cargos de liderança e comunidade LGBTQIA+ são sempre citados nos planos, porém, em estágios ainda incipientes. Compromissos recentes que devem apresentar resultados daqui há alguns anos somente.
Qual é a conclusão?
Não há neste momento! Minha visão é a de que temos de nos conscientizar de que composição, respeito e integração são fundamentais para nossa evolução como humanidade.
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice
Imagem: Shutterstock