Brasilidade e ESG estão entre os insights para a cadeia do foodservice acelerar inovação

Dados e tendências, apresentados no Galunion Insights, mostram para onde caminha a transformação do setor no País

Da tecnologia às pessoas, passando por conveniência, modelos de negócios, sustentabilidade e cultura, o foodservice é um segmento complexo, que convive com realidades muito distintas. Para iluminar melhor os desafios enfrentados por empresários desse ramo, a Galunion reuniu os principais resultados de estudos recentes e inéditos em oito pontos estratégicos que operadores e fornecedores de foodservce precisam incluir em seus negócios para acelerar a inovação.

As pesquisas foram divulgadas na edição 2024 do Galunion Insights, que apresentou diferentes tendências e a nova versão da Mandala Tech&Food Trends. O evento mostrou que é possível encontrar oportunidades de inovação e engajamento de equipes e de clientes no foodservice brasileiro. Do sabor à tecnologia, dos processos operacionais à cultura do negócio, o caminho do setor é de evolução constante.

O desafio da mão de obra

A contratação, retenção e capacitação de profissionais são as preocupações que ocupam os três primeiros lugares de diferentes segmentos do foodservice brasileiro. Tanto nos estudos apresentados durante o Galunion Insights quanto na opinião dos especialistas presentes nos painéis do evento, esse é um imenso desafio para o setor. A maior queixa dos empresários tem sido em relação à mão de obra qualificada, pois está difícil realizar contratações. E quando se contrata, há desafios com a retenção.

Para Simone Galante, fundadora e CEO da consultoria, uma das soluções envolve a remuneração, mas vai além. “Com frequência os salários são baixos no setor e, de fato, o dinheiro importa. Toda empresa precisa encontrar maneiras de pagar melhores remunerações e de conectá-los a um senso de pertencimento e à cultura do negócio. No fim das contas, o ganho será maior do que mantendo a situação atual, que desengaja o próprio consumidor final”, analisa. Para resolver o déficit de trabalhadores que o setor enfrenta, pontos como a valorização da equipe, pagamento acima da média e ser uma marca com a qual as pessoas se importem, respeitem e valorizem, se tornam diferenciais.

Conveniente e acessível

O mercado brasileiro continua sendo fértil em inovações em alimentos e bebidas – e a tendência é que seja ainda mais inovador. A busca dos consumidores por brasilidade, por produtos com muito sabor, pela indulgência e pelo cuidado com a saúde do corpo e da mente são alguns dos fatores que se combinam para abrir oportunidades nos mais variados segmentos.

Um bom exemplo é o da APTK, que cresceu no conceito de “coquetéis engarrafados”. Aliando praticidade, sabores brasileiros e toques de nostalgia, a empresa vem, de forma prática, mudando hábitos dos consumidores. E sem perder de vista um potencial ainda maior de mercado, permitindo que mais pessoas tenham acesso aos produtos.

O foodservice que conta uma história

Para se diferenciar é preciso mostrar quais são, de fato, as diferenças, explicando a origem, a história, a qualidade e as características técnicas. Assim, é fundamental estar sempre em contato com o cliente, seja no salão, no delivery ou nas redes sociais. Além disso, o lado de contar histórias tem uma relação muito forte com a brasilidade e com as origens da culinária nacional. A ancestralidade, presente por meio de ingredientes e receitas, faz parte da cultura brasileira e daquilo que proporciona uma sensação de bem-estar aos consumidores.

O trabalho de valorização da gastronomia brasileira e daquilo que torna nossa cozinha única vem sendo trilhado em todo o País. “Esta é uma forte tendência, pois se conecta com nossa identidade, com o que nos traz conforto e segurança e com o resgate da nossa cultura”, analisa Simone Galante.

Tudo é ESG

Os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) dos negócios estão por toda parte. Embora pouco mais da metade não pretenda pagar mais por aspectos sustentáveis, existe a percepção de que marcas, restaurantes e fornecedores precisam estar envolvidos.

O consumidor espera mais do que boas refeições: ele espera respeito ao ambiente e às pessoas. Dessa forma, existe uma transformação em curso, rumo a um sistema regenerativo em que o agricultor é o guardião do ecossistema, com foco em trazer vida para a gestão e a partir daí gerar produtividade. Da produção ao reuso, tudo envolve o meio ambiente.

Da mesma forma, tudo na alimentação engloba aspectos sociais, seja na possibilidade de gerar renda para a população, seja no papel de combate à fome no mundo. Metade da população brasileira vive em situação de insegurança alimentar. Ao mesmo tempo, há um enorme desperdício de alimentos. Diminuir o descarte alimentar é uma questão ambiental, mas também social, que precisa ser trabalhada por todos do setor.

Sabor é rei

Uma estratégia essencial para aumentar o alcance de seu produto, serviço ou negócio é “furar as bolhas”. Trabalhe para quebrar resistências, criar mais possibilidades de conversa com os consumidores e fazer com que eles descubram diferentes ocasiões para experimentar.

Neste caso, um bom “furador de bolha” é o sabor de um produto. Um bom ovo, por exemplo, desperta a curiosidade de saber por que ele é tão bom, o que gera uma conversa sobre meios de produção e qualidade. É muito mais efetivo do que ‘dar aula’ para o consumidor.

Para que seu negócio existe?

A ideia de propósito empresarial muitas vezes se dilui, mas ela pode ser traduzida como a necessidade de responder “para que” seu negócio existe. Quem quer se destacar precisa, em primeiro lugar, dizer a que veio.

“O trabalho precisa ser parte de algo maior – não importa quem seja seu colaborador ou seu cliente”, afirma Nathalia Royo, head de Inteligência de Mercado da Galunion. Ou seja, falar em propósito é falar de storydoing. De fazer e então contar o que se faz, com propriedade. Ter um propósito gera conexão, relevância e compromisso com o consumidor. Significados trazem relevância, algo que muda comportamentos. E, assim, o branding nasce do propósito da marca.

Conheça seu cliente – de verdade

É comum uma marca dizer que conhece seu cliente. Mas será que sempre é assim? “É preciso entender profundamente os consumidores para oferecer a experiência mais adequada para cada um deles. Nem sempre se trata de tecnologia aparente na loja, mas sempre envolve o uso intensivo de dados”, afirma Simone Galante.

Para que isso aconteça, a abordagem do negócio precisa mudar e se tornar centrada no cliente – não importa qual seja a escala. Para conhecer o cliente de verdade, as empresas precisam deixar de ser CNPJs para serem CPFs. É possível se tornar bom na construção de uma marca e transcender a gastronomia ao acreditar que as empresas precisam se comportar como seres humanos, com todas as suas qualidades e defeitos.

Ter um vínculo pessoal e uma preocupação genuína promove uma aproximação que é o que traz fidelidade, paixão e engajamento. Para isso, é preciso ser transparente e generoso, entendendo o que o cliente deseja e gerando empatia. Quem conquista o consumidor não é quem tem o melhor canal de vendas, e sim quem é o melhor amigo dele.

Muito humano, mas com muita tecnologia

Hoje em dia, sem tecnologia embarcada no negócio, é impossível ir muito longe no foodservice. E tecnologia pode se desdobrar em inúmeras áreas, como os equipamentos usados na cozinha, a coleta e análise de dados ou o uso de Inteligência Artificial generativa na comunicação com o cliente. Marcas utilizam dados intensamente, para entender onde estão acertando e onde precisam melhorar. É a partir daí que é definido um parâmetro real para estimular as boas práticas e cortar as ruins.

Neste ponto, há dois caminhos para explorar o uso de tecnologia no foodservice: a experiência do cliente e a experiência dos colaboradores. Ou seja, investigar a jornada para encontrar oportunidades de melhoria e inovação constante, contando com o envolvimento dos colaboradores, pois eles fazem a magia acontecer.

Com um olhar operacional e integrado, fatores como a simplificação de processos, a integração de canais de relacionamento e a redução da carga cognitiva do time se tornam diferenciais. Layout, processos, sistemas, enfim, tudo deve funcionar da maneira mais intuitiva possível. “Para simplificar é necessário termos profundidade. Ampliar o repertório e mergulhar nos detalhes passa a ser imperativo para tudo ser mais fácil e fluído na execução das estratégias no mercado de foodservice”, exalta a CEO da Galunion.

Imagem: Shutterstock

 

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