Apesar da melhora na intenção de compra sobre 2020, a desigualdade entre as famílias que ganham até R$ 4,8 mil e as que ganham acima desse valor nunca foi tão alta. Voltada a entender a intenção de compra dos consumidores brasileiros no Natal, pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) confirmou as previsões de melhora das vendas neste Natal, embora com desempenho ainda abaixo do período pré-pandemia.
“O indicador que mede a intenção de gastos com compras de Natal mostra que será um período melhor para o comércio do que no ano passado, ainda que as famílias continuem cautelosas em relação ao consumo. Entretanto, isso ainda não é um resultado favorável comparando com anos anteriores”, afirma Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE.
Ela destaca que as famílias de mais baixa renda, maior parcela da população, são as mais afetadas. “Para elas, o Natal será mais magro. Muitos não irão comprar presentes, e mesmo para aqueles que irão comprar, dizem que gastarão menos”, diz.
De acordo com os dados, o indicador foi puxado pela maior proporção de consumidores que pretendem aumentar o gasto com presentes: saltou de 5,5% em 2020 para 15,4%, este ano. O preço médio dos presentes ficou estável na faixa de R$ 105.
A maior variação foi entre os consumidores com renda de R$ 2,1 mi a R$ 4,8 mil, cujo preço médio subiu de R$ 70 (2020) para R$ 85. Consumidores de renda mais baixa têm o menor valor médio de presentes, que em 2021 caiu para R$ 59. No geral, a prioridade é comprar em loja física.
Preço médio dos presentes
Viviane esclarece que não é a volta aos hábitos anteriores e sim reflexo da reabertura da atividade econômica. “As vendas online continuam mantendo o padrão adquirido na pandemia. O que ocorre é que com o relaxamento das medidas restritivas, consumidores voltaram a ir às lojas”.
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