A pandemia deixou legados para a gestão de pessoas, a começar pela qualificação das lideranças, passando por redesenho das organizações, mudanças na concessão de benefícios aos funcionários, foco na saúde mental e valorização da comunicação interna das organizações.
A análise faz parte dos resultados da 4ª edição do Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas em 2022, da consultoria Great Place To Work (GPTW). Feita com mais de 2.600 pessoas de todo o país, incluindo gestores de RH, a pesquisa buscou destacar as principais mudanças no período, incluindo novas tecnologias e formatos de trabalho, tendência de redesenho de carreiras e trajetórias profissionais e valorização de práticas empresariais voltadas à sustentabilidade e à inovação.
“Mesmo diante do aparecimento de novas variantes do vírus e outros eventos negativos, já podemos falar de uma situação menos incerta com relação ao mercado e sobre as tendências que devem moldar as relações daqui para a frente”, diz o CEO da GPTW, Ruy Shiozawa.
A transformação digital, que era uma das principais preocupações das empresas, ocupando de 1º a 4º lugar nos estudos anteriores, passou para a 9ª posição em 2022. Já o desenvolvimento/capacitação de lideranças com preparo técnico e emocional foi apontado por 42,6% das respostas como o principal foco para garantir a construção de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e para o alcance de resultados estratégicos.
O trabalho também mostrou que mais de 90% dos participantes responderam que suas empresas pretendem investir na capacitação de líderes. Entre as características mais valorizadas nas lideranças aparecem “resiliência”, “alinhamento com a estratégia” e “empatia e gestão humanizada’’.
Para a maioria dos respondentes, o principal empecilho para a inovação nas empresas é a “mentalidade da liderança”. Já 49,2% dos participantes apontaram a comunicação interna como um dos principais temas a serem trabalhados em 2022.
A adoção dos formatos híbrido, remoto e flexível continua sendo um grande desafio para as empresas, que precisam encontrar as tecnologias adequadas para manter o fluxo de informações e encontrar os processos ideais para que todas as pessoas da equipe se sintam igualmente contempladas na troca de informações organizacionais.
Quase todos que responderam à pesquisa (97,2%) consideram a saúde mental relevante para a gestão de pessoas. Questionados sobre diversidade e inclusão, somente 12,2% dos participantes disseram que a empresa em que atuam tem maturidade no tema e contribui, de fato, para uma equidade de gênero, racial, geracional, do público LGBTQI+Q e outras minorias.
Desafios das empresas
A falta de profissionais qualificados também teve destaque. Quase 70% dos participantes informaram que as organizações sentem dificuldade para preencher as vagas abertas e 84,7% apontaram a falta de profissionais com qualificação para preencher as vagas em aberto.
“Podemos dizer que o ano passado foi de reestruturação para a maioria das empresas, que precisaram entender como poderiam se adaptar aos novos cenários e adequar seus processos para cuidar do mais importante: as pessoas. O desafio agora é manter todos os colaboradores focados na missão e nos valores de cada empresa em ambientes diversos, com múltiplos pontos de contato e, muitas vezes, tendo que recorrer à comunicação assíncrona”, destaca o CEO do GPTW.
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