Entender o cenário e as tendências do mercado, conhecer e reconhecer os anseios de um consumidor cada vez mais digital e empoderado é vital para qualquer empresa, mas a questão é: como transformar estas informações em diferenciais para a sua empresa e os seus resultados?
Você já parou para imaginar quantas vezes por dia uma empresa se vê em busca de soluções inovadoras que possibilitem sua diferenciação?
Cada vez mais, os dias são fortemente marcados pela pressão por resultados urgentes e imediatos e, em geral, inclusive devido aos prazos, e talvez até muitas vezes sem perceber, os profissionais acabam optando por soluções mais seguras e de menor risco, o que é extremamente contraditório se uma das principais tendências da cultura corporativa mundial é a de que todo profissional deve “pensar fora da caixa”.
Se você já se viu nesta situação, possivelmente este seja o momento de conhecer melhor uma abordagem que pode ser muito útil: o Design Thinking.
O termo Design Thinking pode ser compreendido como “modo de pensar do design”. Não é uma metodologia, mas uma forma de encarar as coisas em que seus principais valores, tais como empatia, colaboração e experimentação são incorporadas ao dia a dia das empresas.
Muitos imaginam que esta abordagem, pautada em conceitos de construção coletiva e brainstorming, é mais uma daquelas ideias mirabolantes, possivelmente desenvolvidas por pessoas que nem de longe imaginam o que ocorre nas empresas, mas, felizmente, não é o caso.
Outros podem pensar que seja uma metodologia, mas um método, em geral refere-se ao agrupamento de uma série de ferramentas, aplicadas em diferentes fases de um projeto com o objetivo de se atingir um determinado resultado.
Já uma abordagem não tem esta pretensão, pois parte do extremo oposto, ou seja, das pessoas.
Segundo Tim Brown, autor do best-seller Change by Design, traduzido em português para Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, o Design Thinking é uma abordagem para inovação que usa ferramentas dos designers para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso dos negócios.
Pode parecer algo muito conceitual, talvez até intangível, porém a adoção de uma abordagem como o Design Thinking promove meios para que os projetos criados com seus parâmetros sejam estruturados tendo como base diferenciais importantes, tais como os níveis de qualidade e de alinhamento aos objetivos.
Sim, estamos falando de uma abordagem pautada na busca de soluções criativas focadas nas necessidades reais do mercado e não na reinvenção da roda.
O Design Thinking não parte de teorias e fórmulas, mas da real necessidade do consumidor, o qual se beneficiará da solução de forma integral. Estamos falando de uma abordagem principalmente humana, pautada na satisfação de um cliente, seja ele interno ou externo, que foi dissecado amplamente e do qual conhecemos em profundidade as necessidades, desejos e percepções de mundo.
Resumidamente, a abordagem do Design Thinking é composta pelas seguintes ações:
1) Entender as necessidades das pessoas envolvidas no problema, considerando o que precisam, do que gostam e o que querem;
2) Definir qual é o problema, o que precisa ser resolvido ou criado;
3) Levantar ideias e sugestões sem qualquer restrição, ou medo de errar;
4) Escolher ideias, seja imaginando cenários, ou mesmo criando desenhos ou algo que simule o produto final;
5) Testar e criar meios de testar, e escolher os caminhos que façam mais sentido para atender a um ou mais objetivos.
Porém, nem tudo são flores na terra do Design Thinking.
Em um artigo para a Fast Company, o professor e especialista em inovação americano Bruce Nussbaum sinaliza que o Design Thinking é um experimento fracassado.
Na visão dele, em boa parte das empresas que o adotam, a abordagem dela não serve para muita coisa, pois não consegue o mais importante: mudar a cultura.
Isso ocorre porque muitos profissionais não conseguem lidar muito bem com o que Nussbaum considera o principal combustível do método: pluralidade, colaboração e quebra de hierarquias.
Por outro lado, as empresas que estiverem abertas a este movimento terão em suas mãos uma lista extensa de utilidades para o Design Thinking, que permite não apenas pensar em soluções para seus clientes, mais ainda desenvolver novas ferramentas e fazer inovação na prática.
Para citar um exemplo, recentemente, a rede de supermercados Tesco, do Reino Unido, usou Design Thinking para ajudar a implementar um serviço de banco personalizado para os clientes dentro das lojas.
Como dizia Steve Jobs, um dos mais bem sucedidos embaixadores da abordagem de Design Thinking: “Design não é somente o que parece e o que se sente. Design é como funciona”.
Pense nisso!
*Imagem reprodução