O regulador da proteção de dados da França, CNIL, multou o negócio local da Amazon de gerenciamento de depósitos, com o argumento de que a companhia colocou em vigor um sistema “excessivamente intrusivo” para monitorar o desempenho de sua equipe.
O órgão francês informou que multou a Amazon France Logistique em 32 milhões de euros (US$ 34,8 milhões) por supostamente coletar dados dos empregados a partir dos scanners usados para processar pacotes, a fim de mensurar sua produtividade e tempo ocioso.
O CNIL considerou o sistema excessivo, já que poderia levar a empresa a pressionar os funcionários a justificar cada parada ou interrupção. E acrescentou que a companhia não informou de modo adequado os funcionários e visitantes externos sobre o monitoramento de vídeo nos locais de trabalho, o que desrespeita a Regulação Geral de Proteção de Dados da União Europeia.
A Amazon disse que discorda fortemente do CNIL e que tem o direito de apelar, qualificando as conclusões como “factualmente incorretas”.
Outros problemas
Esta não é a primeira vez que a gigante do varejo enfrenta dificuldades com o governo francês. Em 2020, no auge da pandemia de covid-19, a Amazon estava na mira dos sindicatos de trabalhadores e das autoridades locais sobre sua conduta para proteger a equipe do vírus.
Naquele período, os seis depósitos da companhia norte-americana foram fechados por ordem judicial, após o tribunal francês acolher as queixas das entidades trabalhistas. A Justiça também determinou que a Amazon restringisse as entregas a itens essenciais durante a pandemia.
No acordo firmado, foi determinado que a Amazon só poderia fazer entregas a clientes em toda França de produtos de TI, itens de saúde, alimentos e alimentos para animais de estimação.
A empresa também foi obrigada a revisar suas políticas de saúde relacionadas ao coronavírus. Uma empresa externa, a Progexa, foi contratada para revisar as medidas de saúde implementadas pela Amazon.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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