Quem estava aguardando grandes novidades da NRF 2018 acabou se decepcionando. A grande tendência demonstrada no evento foi desenvolver o que já está dando certo. Para se ter uma ideia de dimensão, na parte de exposição da feira, era possível ver muitos stands falando de tecnologia RFID e Analytics.
Enquanto estávamos esperando ver soluções que já trouxessem uma fórmula de uso mais avançado do BIG DATA, continuamos a ver soluções de captação dos dados. Certamente, mostraram avanços nas integrações, relatórios e entrega desses dados, mas ainda não surgiram soluções consistentes (nem IBM ou Microsoft) que consigam entregar soluções preditivas para o uso dessas informações.
Das grandes empresas, a Intel foi a que apresentou uma solução mais próxima a isso, com sua solução Responsive Retail. Onde o conceito básico é mapear o comportamento dos consumidores dentro da loja e criar um simulador de tomada de decisão.
Duas grandes tendências que apareceram na feira foram usar os recursos que já apresentam resultados consistentes no mercado, e desenvolver esses recursos através de laboratórios ou investimentos em startups que apresentam rápido índice de retorno, aperfeiçoando o que já está comprovado.
Um bom exemplo desse desenvolvimento é a questão das etiquetas eletrônicas. Elas já estavam aparecendo como boa solução para minimizar os impactos operacionais dentro do varejo tradicional. Nessa linha, as soluções se dividiram em cinco novos pontos de desenvolvimento:
- O primeiro manteve o conceito original, porém, trouxe duas questões novas para as etiquetas. O design tornou-se protagonista, ganhando cores e caracteres especiais, perdeu a aparência da etiqueta de papel.
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Mídias Sociais também aparecem como informação bastante relevante dentro dos novos conceitos. Notas dos consumidores, premiações e reviews dos clientes acabam trazendo um pouco da experiência do e-commerce para o varejo físico.
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Um dos grandes impeditivos para a rápida expansão das etiquetas eletrônicas, sempre foram os custos elevados de troca de etiqueta ou da bateria. Como a grande vantagem do uso desse equipamento era a troca constante de preço, os varejistas limitavam essas modificações para economizar bateria. Na prática, feito isso, meu ganho operacional já estava concluído sem precisar das etiquetas eletrônicas. Contudo, já é possível trabalhar com trilhos eletrificados, o que faz com que o varejista invista uma vez só nos produtos e tenha o custo de manutenção bastante reduzido.
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O quarto ponto é a possibilidade de experiência imersiva. Com testeira e faixa de gôndola, adicionando um recurso de reconhecimento facial, já é possível customizar por completo a experiência de compra. Quando um consumidor com determinadas características se aproxima da gôndola, é possível modificar a comunicação visual por completo, personalizando conteúdo e até oferecendo descontos especiais para determinadas pessoas (caso a face esteja no banco de dados)
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Como quinta tendência está a ampliação de uso operacional para aumentar o retorno de investimento. Agora, algumas etiquetas já constam com o RFID (lembra que escrevi no começo do artigo que eram uma forte presença na feira?). Assim, é possível através de um cartão também com chip, realizar compras e fazer gestão de estoque.
Assim, o que tiramos de consistente desse processo é que estamos em “tempo de colheita”. O varejo mundial, mas principalmente o brasileiro, passou por um período conturbado e de grandes dificuldades. Precisamos aproveitar tudo que plantamos nesse período.