O atual cenário econômico brasileiro tem se mostrado desafiador, mesmo em meio a um paradoxo, por sermos uma economia que abriga uma complexidade e também uma maturidade em termos de negócios, capazes de superar os diversos obstáculos presentes à nossa realidade. O empreendedor brasileiro tem se mostrado capaz de olhar as alternativas de seu próprio mercado, mas se mostra, como observamos nos últimos anos, cada vez mais preparado para embarcar na expansão de seus negócios para terras estrangeiras, especialmente para a Europa.
Nossa experiência como uma consultoria de trabalho internacional e parcerias estratégicas para ajudar o varejo de forma geral a ultrapassar qualquer tipo de fronteira, tem trazido uma experiência vivida especialmente na porta de entrada da Europa, em terras como Portugal, onde temos escritório e um parceiro de negócios, e Espanha, por ser um ambiente de negócios já acostumado a trocar experiências com o Brasil.
Se há cerca de duas décadas e meia iniciava um movimento de empresas ibéricas, especialmente espanholas vindo ao Brasil realizar investimentos em setores como bancos, estradas e infraestrutura, hoje a capacidade de negócios do Brasil em setores do varejo, permite pensarmos num cenário de expansão de negócios via franquias na Europa, a começar pela Espanha, por exemplo.
Levar negócios de sucesso para o velho continente implica ter acesso a um contingente de mais de 500 milhões de habitantes, com taxas de crescimento bem mais expressivas que as do Brasil, com crescimento médio acima de 5%, como constatado em 2021.
Enquanto por aqui a economia e a incerteza política não dão muito espaço para uma certa previsibilidade, estabelecer uma meta de aterrissar na Europa com um modelo de negócio no estilo franquia, pode garantir uma alavancagem que aqui duraria algum tempo a mais.
Não podemos esquecer que, há muito tempo também, empresas brasileiras fizeram o caminho inverso para Portugal, caso de consagradas marcas como Boticário e Havaianas, que já atuam também em seu modelo de franquias.
Como fazer para começar o processo de internacionalização?
Realizado por meio da expansão de suas operações e da concessão do direito de uso de sua marca para os mercados externos, vem sendo considerado uma questão ligada à própria sobrevivência das organizações em mercados cada vez mais competitivos.
A crescente interligação entre nações induziu o aumento do comércio internacional e a expansão do investimento intercontinental.
Dessa maneira, para que as empresas possam desfrutar das novas oportunidades e, ao mesmo tempo, reduzir ou eliminar as eventuais ameaças inerentes a este novo ambiente competitivo, surge também o grande desafio da internacionalização de negócios.
No Brasil já são 163 marcas franqueadoras operando em 106 países em diferentes formatos, seja com exportação de produtos ou mesmo com unidades franqueadas. Já nosso mercado tem 205 marcas de franquias estrangeiras vindas de 30 países diferentes, segundo dados do último ano da ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Algumas vantagens em expandir as fronteiras de seu modelo de negócio:
– Potencial de aumentar a escala produtiva e lucratividade;
– Incentivo à inovação e desenvolvimento de produtos mais competitivos
– Aperfeiçoamento de processos;
– Acesso à novas tecnologias;
– Mais segurança diante das oscilações de demanda interna.
O planejamento a ser realizado envolve muita pesquisa, e as pesquisas jamais poderão ser vistas como um gasto. Na verdade, elas são investimentos que vão contribuir para que você não perca dinheiro, nem tempo.
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
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