Neste artigo vou dividir com vocês como estou enxergando a participação da IA no dia a dia nas empresas e para dar luz a essas ideias vou compartilhar alguns highlights da SXSW 2023, que é o maior evento de inovação do mundo, que aconteceu em Austin, no Texas, e terminou no dia 19 de março.
O tema IA esteve em grande parte dos palcos como assunto principal. Trouxe muita informação para ampliar os horizontes da representatividade que ela terá na nossa vida e muitos exemplos práticos da sua eficiência, como palestras onde a apresentação tinha sido feita utilizando somente o ChatGPT e com resultados excelentes e em tempo recorde. Também levantou a importância fundamental da capacitação das pessoas para a sua utilização e o quanto ela proporcionará que sejamos seres humanos melhores, ao passo que a IA será alimentada com os dados gerados por todos nós.
Nossa mente deve estar cada vez mais aberta a mudanças. E, talvez, se perguntar como ela pode me ajudar, seja um ótimo passo. Como “quero trazer logo algumas tarefas que a nossa parceira pode colocar a mão na massa por nós e liberar nossas agendas para fazer coisas que estão um degrau acima. E que tarefas são essas que a IA pode dar conta?”
Eis algumas delas: gerar conteúdo, responder perguntas, analisar, ofertar alternativas, fazer o reconhecimento da fala, criar músicas, criar imagens a partir de textos, traduzir idiomas, analisar informações, ser um assistente virtual… e por aí vai!
Trago as palavras do Kevin Kelly, fundador da revista Wired, que tem uma visão muito positiva sobre como será o uso da IA no futuro e diz que ela pode se transformar no nosso estagiário pessoal universal e nos ajudar naquelas tarefas improdutivas, mecânicas, que não gostamos de fazer, ou de torná-las mais eficientes. Mais do que isso. Poderá nos permitir pensar diferente, a partir de outros pontos de vista, rapidamente coletados ali.
E de onde vem toda essa habilidade da IA para fazer tudo isso e muito mais? Vem de muito treino e de muitos dados. E, cada vez mais, a nossa parceira vai estar sabida, porque à medida que a utilizamos, novos dados vão sendo cadastrados no seu imenso banco de dados.
E para que esse ciclo seja virtuoso, preciso chamar a atenção para a necessidade de capacitação das pessoas. A utilização da IA demanda treinamento para que ela realmente seja uma aliada e inclua as pessoas. E quem vai cuidar dessa capacitação? Os governos e empresas precisam urgentemente colocar essa necessidade para pauta prioritária.
E aí, o que fica claro no fim do túnel para nós? Para mim, fica muito claro que as tecnologias estão vindo a galope para aliviar a carga das pessoas, fazendo uma triagem das tarefas, separando o que a IA pode se comprometer em dar conta. E, com isso, liberar as pessoas para criarem o novo, o que não está nos bancos de dados ainda, para terem mais tempo para cuidar de si e para estarem com a família e amigos e, por tabela, ajudar a reduzir os índices elevadíssimos de ansiedade e de depressão que assolam a humanidade.
Podem ter certeza de que nada disso é por acaso. A IA tem um papel na humanidade muito importante e o que temos que fazer agora é treinarmos para que saibamos usá-la buscando os melhores resultados. Aí está a grande desafio.
Amy Webb, que é uma das mais respeitadas futuristas e CEO do Future Today Institute, nos lembra que as respostas da IA são totalmente dependentes das nossas perguntas. Nesse momento, o foco é treinar. Todos devem treinar para fazer as perguntas certas e, com isso, aprimoraremos o conteúdo coletivo que ficará armazenado nos bancos de dados da IA. Ninguém tem todas as respostas ou sabe tudo, nem mesmo a Inteligência Artificial.
E fecho o nosso artigo dizendo que nós somos responsáveis por abastecer essa grande base de dados com as melhores referências para que as respostas sejam cada vez melhores. E para isso, precisamos ser treinados pelos governos e pelas empresas. Esse papel é da sociedade. Capacitar para inserir!
O objetivo final é que a IA nos faça seres humanos melhores, aprofundando os nossos conhecimentos e dando pista para subirmos a nossa barrinha da felicidade.
E assim seguimos conhecendo mais sobre a IA.
Vejo vocês no próximo episódio!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é diretora de Marketing e Canais Benkyou.
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