Mobly abre nova megastore com foco em multicanalidade e eficiência logística

A varejista de móveis e artigos de decoração Mobly aproveitou a Black Friday de 2020 para inaugurar, no fim de novembro, sua segunda megastore, localizada na Marginal Tietê, em São Paulo. Com ela, a empresa, nativa digital, passa a contar com 11 unidades, todas no Estado de São Paulo – além da outra megastore, na Marginal Pinheiros, também na capital paulista, são quatro outlets e cinco lojas menores.

Com investimento de R$ 8 milhões, a loja tem 4 mil m² de área, fachada de vidro que permite a entrada de luz natural e corredores amplos com ambientes decorados e instagramáveis. Por meio de totens posicionados em alguns desses ambientes, os clientes também conseguem navegar por todo o portfólio da empresa, formado por mais de 200 mil itens, e finalizar compras que são revertidas automaticamente para a unidade nova – mesmo que o produto saia de outro local e seja entregue depois.

Em entrevista à Mercado&Consumo, o CEO e fundador da Mobly, Victor Noda, diz que o investimento em loja física tem se mostrado uma opção acertada por vários motivos. “Nós somos uma empresa online. Mas a loja física é uma extensão da experiência digital. Ela é um canal de vendas relevante e ajuda a gente a atender a um público que não está no online. Além disso, a loja melhora muito a experiência do nosso cliente online, que muitas vezes quer experimentar o produto”, explica.

Victor Noda, CEO e fundador da Mobly

Segundo ele, a loja também tem um papel importante de hub logístico. A partir de dezembro, a Mobly vai passar a oferecer, em todas as unidades, a opção “Clique e Retire”, que permite que o cliente compre o online e retire na unidade física. O ship from store, que é justamente o uso da loja como mini centro de distribuição e hoje é feito a partir de apenas algumas unidades, será expandido para as demais, o que deve aumentar a eficiência e diminuir os custos.

Outra vantagem da loja física é o fortalecimento da marca. “Ela tem muita exposição e a experiência da loja traz muito engajamento do cliente. A gente tentou fazer com que a loja tivesse a cara da Mobly, jovem, acolhedora e democrática e com muita tecnologia”, diz Noda. As lojas também permitem à empresa explorar melhor os produtos de marca própria, que já representam cerca de 40% das vendas.

Ano positivo para móveis e decoração

A Mobly nasceu em 2011 e tem como público-alvo pessoas entre 25 e 45 anos, muitas que estão se mudando para a primeira casa própria ou formando novas famílias.  O ano de 2020 foi positivo para a empresa.

“A maior parte do nosso negócio é online e o e-commerce se beneficiou como um todo. Houve, também, um efeito especial na nossa categoria, de casa e decoração. As pessoas passaram muito mais tempo em casa e investiram em mais conforto. Alguns produtos, como cadeiras de escritório e escrivaninhas, ‘explodiram’ por causa da demanda gerada pelo home office”, relata Noda.

No pico da pandemia, entre abril e julho, as vendas desses produtos cresceram 250% na comparação com o mesmo período de 2019. O crescimento como um todo foi de 50% até o mês de setembro, também ante o ano passado.

A expectativa é boa, também, para a Black Friday. Segundo pesquisa do Google, a intenção de compra de móveis e decoração na data está 30% acima daquela registrada na mesma data no ano passado. Isso apesar de um problema que tem afetado muitas das indústrias nacionais: a falta de insumos, em especial dos importados.

“A matéria-prima de espuma, por exemplo, é toda feita com componentes químicos que vêm de fora. Estava em falta e agora a situação está se normalizando. Chapas de madeira, MDF, geralmente são de fabricantes locais, e eles direcionaram muito da venda para fora do Brasil por causa do câmbio, porque o dólar estava favorável. Houve falta e papelão também. Mas o pico do problema já passou”, afirma o CEO da Mobly.

Imagens: Aiana Freitas e Divulgação

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