Ao longo de mais de 20 anos, treinando aproximadamente 1.500 pessoas por mês e colaborando com 130 a 150 empresas anualmente, tornei-me testemunha da força transformadora da liderança eficaz.
Este artigo destila a essência do que descobri serem o coração e a alma das organizações bem-sucedidas: liderança é o sangue que as nutre, enquanto os resultados são o oxigênio que elas respiram.
A essência da liderança
A liderança, como o sangue vital dentro das organizações, é essencial para sua saúde e sobrevivência. Essa percepção ecoa uma citação inspiradora de Jack Welch: “Os líderes garantem que as equipes não só vejam, mas vivam e respirem os objetivos”.
Uma organização sem liderança eficaz é como um corpo sem sangue: incapaz de funcionar, crescer ou prosperar.
O papel do coaching
Na minha trajetória, ficou evidente que os líderes mais impactantes são aqueles que agem como modelos a serem seguidos como coaches para suas equipes. Eles lideram pelo exemplo, mostrando que “aquilo que você é fala tão alto, que eu mal escuto o que você diz”, para citar Ralph Emerson.
A verdadeira liderança envolve orientar com integridade, demonstrando com ações o caminho a ser seguido.
O coaching é uma extensão natural da liderança modelar. Ele proporciona suporte, atenção e orientação essenciais, especialmente, quando enfrentamos desafios urgentes.
Ser um líder também significa ser um aprendiz eterno, sempre aberto a aprimorar suas habilidades para melhor servir sua equipe.
A importância dos resultados
Resultados são a prova viva da eficácia da liderança. Eles são o oxigênio que respiramos, vital para a sustentação e crescimento de qualquer organização. No entanto, esses resultados devem ser alcançados de maneira ética e sustentável, sem comprometer a integridade da equipe ou da missão da empresa.
Não pode ser um oxigênio tóxico. Ele mata o corpo bem devagar… mata a corporação.
Aqui, podemos lembrar da questão do goleiro. A pergunta “qual é o objetivo do goleiro?” serve como uma metáfora poderosa neste contexto. A resposta é simples: ganhar o jogo.
Tudo que não for ganhar o jogo é função. Dele e de todos os “jogadores”.
Da mesma forma, cada membro da equipe, liderado por uma visão clara e uma liderança inspiradora, deve se concentrar na vitória – não apenas em evitar a derrota -, na busca da excelência com determinação e integridade.
Jogar para ganhar e não jogar para não perder
Viver em um mundo de empates é aceitar a mediocridade. Os verdadeiros líderes jogam para ganhar, inspirando suas equipes a fazer o mesmo.
Eles entendem que liderar é mais do que apenas alcançar resultados pessoais. Trata-se de elevar a equipe, formar novos líderes e deixar um legado duradouro.
A mediocridade é o preço mais caro que uma organização pode pagar.
Quem planta tâmaras não colhe tâmaras. Este ditado antigo nos lembra que as ações de hoje podem não beneficiar diretamente quem as realiza, mas sim, as futuras gerações. Como líderes, nosso objetivo deve ser plantar as sementes para um futuro próspero, sabendo que, embora possamos não estar lá para ver, alguém colherá os frutos do nosso esforço. Isso é liderança. Isso é jogar para ganhar. E este é o verdadeiro valor da liderança.
Daniel Ramirez é diretor e fundador do Grupo Azevedo Ramirez
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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