Finalmente estamos próximos do ponto de virada que indica o efetivo crescimento da nossa economia após o profundo fundo do poço provocado pela maior crise da nossa história.
O gráfico abaixo mostra um comparativo entre as cinco últimas recessões que enfrentamos, apontando a profundidade de cada uma delas e o tempo que foi necessário para que a economia brasileira voltasse ao seu patamar pré-crise. Fica evidente que a crise de 2014-2016 não só foi a mais profunda como também está sendo (de longe) a mais lenta para nos recuperarmos, passados mais de 31 meses do vale da crise, nossa economia ainda não conseguiu se recuperar plenamente – mas estamos quase lá.
A recente crise foi diferente das anteriores, a lentidão na recuperação se deu, pois os seus fundamentos são internos e estruturais: descontrole fiscal e o aumento do endividamento do país (consequência da baixa capacidade de geração de caixa).
Mas as recentes mudanças como a aprovação da Emenda do Teto de Gastos, a Reforma da Previdência, controle inflacionário (e consequente redução dos juros) impõe uma nova realidade e pilares mais sólidos para o crescimento do país, que passa a reagir e flerta com o ponto de virada.
A expressiva queda do varejo no período era natural e esperada com o cenário de forte aumento do desemprego, inflação descontrolada, perda real da renda das famílias e baixíssima confiança do consumidor. Com a melhoria dos pilares do consumo (Emprego, Renda, Crédito e Confiança), o setor passou a apresentar boa recuperação e já supera o setor de Serviços e da Indústria na contribuição para a recuperação do PIB.
O novo cenário de juros baixos, recuperação do emprego (ainda que em patamar alto) e melhoria na confiança (mesmo que abaixo da nosso média histórica) propicia um cenário de recuperação principalmente do varejo relacionado ao binômio crédito/confiança, que por sinal foi o segmento de varejo que mais sofreu durante a crise.
Não podemos nos iludir com o tamanho do desafio que ainda precisa ser superado, ainda temos um longo caminho a trilhar na lenta recuperação do emprego (gráfico abaixo) e dessa vez também não navegaremos com o vento a favor, uma vez que todos os sinais indicam uma desaceleração na economia mundial nos próximos anos.
Apesar dos desafios, a melhoria dos pilares do consumo indica que teremos à nossa frente um futuro próspero no setor do varejo, e que venha a virada!
NOTA: Os dados que apresento nesse artigo foram compilados pelo DEPEC do Bradesco e fica aqui o profundo agradecimento pela disponibilização das análises. https://www.economiaemdia.com.br/.
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