Após ser retomada pela matriz, Subway Brasil faz demissões e recebe críticas de clientes

Responsável pela operação no Brasil pertence ao escritório que elaborou plano de reestruturação da Starbucks

Depois da Starbucks, agora, é a rede de lanchonetes Subway que se encontra em situação crítica, segundo um ex-funcionário ouvido pela reportagem e dezenas de reclamações de clientes no perfil da marca em uma rede social. As empresas foram licenciadas no Brasil para a SouthRock Capital, que acumula uma dívida estimada em R$ 1,8 bilhão e entrou com pedido de recuperação judicial (RJ) em 2023. Embora a gestão da Subway ainda conste como uma de suas atividades, a companhia perdeu o direito de operar a rede em novembro passado.

Reclamações de falta de produtos após a divulgação de ações promocionais, alteração de receita, restrição dos itens na montagem do lanche, preço, atendimento ruim, falta de resposta aos e-mails enviados pelos clientes são algumas das reclamações registradas no perfil do Instagram da empresa.

Um ex-funcionário, que pediu para não ser identificado, informou à reportagem que a Subway Internacional retomou a operação no Brasil após o desgaste da gestora e os royalties não pagos. De fato, no dia 11 de novembro de 2023, o presidente da Subway para América Latina e Caribe, Jorge Rodriguez, enviou uma carta para todos os franqueados brasileiros, informando o encerramento do contrato de “master franquia” com a empresa brasileira operada pela SouthRock.

No comunicado, o executivo informou que o contrato passou a ser atribuído ao grupo Doctor’s Associates L.L.O e nomeou Bruno de Queiroz como supervisor da transição e diretor de reestruturação da rede brasileira. Queiroz é diretor-executivo do escritório Galeazzi & Associados, o mesmo contratado pela SouthRock para reestruturar a rede de cafeteria Starbucks em outubro de 2023, portanto, no mês anterior ao pedido de recuperação judicial combinado ao fechamento de lojas e  às demissão de funcionários sem o pagamento das rescisões trabalhistas, incluídas no processo de RJ com os demais credores.

A intenção da Subway International é licenciar um novo gestor da marca e já haveria interessados na aquisição. Mas, segundo a apuração feita pela MERCADO&CONSUMO, 100 funcionários das equipes de liderança foram demitidos na virada do ano, houve alteração de receitas e modificação no formato da entrega dos sanduíches, o que vem gerando uma série de críticas em um momento crucial do varejo e do foodservice, em que a experiência do cliente e o atendimento às suas demandas são cruciais para a relevância do negócio e sua permanência.

Na opinião do ex-funcionário, a retomada da operação no Brasil pela matriz norte-americana teria deixado os 1.600 restaurantes da Subway sem diretrizes claras. “Com os franqueados sem direcionamento, o nível de serviço e qualidade dos produtos pode cair consideravelmente. Isso pode impactar nos royalties, fundos de marketing e outros temas que afetarão o valuation da marca para possíveis compradores”, disse o ex-funcionário.

O cenário traçado acima reflete uma das queixas deixadas na rede social da lanchonete: “Não sei pq fala que é uma franquia. Já que cada unidade faz o que bem entende (sic)”.

Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls e colunista da MERCADO&CONSUMO, analisa o cenário das companhias. Para ele, “o naufrágio da SouthRock produziu dificuldades de diferentes naturezas: demissão de funcionários, fechamento de lojas e prejuízo à imagem das marcas, para citar apenas alguns”.

“Agora chega a notícia de que, depois de retomar o controle da operação, a Subway, com uma enorme quantidade de franqueados Brasil afora, está sendo gerida à distância, enquanto procura novo operador no País. Essa informação é preocupante para franqueados, funcionários, shoppings e locais que abrigam essas lojas. E também para os consumidor”, diz o consultor.

Sem posicionamento

A reportagem entrou em contato com os escritórios da Subway norte-americana e América Latina e Caribe por e-mail, questionando a situação dos restaurantes brasileiros na última terça-feira, 23 de janeiro. Até a data de publicação desta reportagem, não obteve retorno.

A SouthRock também foi procurada para se pronunciar sobre a Subway e informou que não se posicionaria sobre a reportagem.

A Zeno, a antiga assessoria contratada pela Subway, deixou de atender a rede em 31 de dezembro de 2023.

Bruno de Queiroz foi contatado por e-mail  no dia 29 de janeiro e novamente pelo telefone do escritório onde atual e novo e-mail em 30 de janeiro. O executivo não respondeu aos nossos pedidos de entrevista ou de posicionamento por escrito.

Imagem: Shutterstock

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