Segundo o mapeamento da Startup Scanner, existem 496 foodtechs distribuídas em 140 cidades brasileiras. Quando surgiu a primeira? E a última a nascer? Realmente não importa, pois o papel delas é muito maior. Há algum tempo elas são as responsáveis por provocar e liderar as discussões sobre o futuro da alimentação.
Falar de inovação aberta está na moda. Para quem ainda não conhece o conceito, a inovação aberta é caracterizada por uma forma estruturada de conectar as organizações a um ecossistema que as apoie a resolver problemas ou buscar novas oportunidades de negócios. E grandes empresas incorporaram o tema e colocaram no topo das suas áreas de inovação.
A evolução, ou melhor, a revolução da alimentação é a alavanca para o surgimento e crescimento de foodtechs focadas em produto. Já a necessidade de aceleração da profissionalização do foodservice impulsionou o crescimento de foodtechs focadas em solução.
Ser um startupeiro requer competências de empreendedorismo, capacidade de construir times, resiliência e, principalmente, ter visão e competência comercial aguçadas. Esse último é, sem dúvida, o principal desafio, que se traduz em driblar as dores comuns como captação de investimento e ganho de escala.
A startup pode se integrar a uma comunidade ou hub e buscar formas de acessar investidores. Essa é uma jornada extremamente positiva porque ajuda na redução da curva de aprendizagem, oferece suporte emocional e, principalmente, é referencial dos movimentos do olhar dos investidores e da melhor forma de abordagem. Especialmente no B2C, algumas foodtechs são aprovadas pelo consumidor pela conexão emocional, verdade e propósito.
Algumas startups nascem com maior investimento disponível, porém, isso não é chancela de sucesso garantido. Elas precisam efetivamente atender aos desejos e necessidades do seu cliente target, seja ele B2B ou B2C.
Quando a decisão é seguir sozinha, a startup deve ter um pitch forte e lideranças capazes de propagar e seduzir investidores a estarem a bordo, já que a captação via crowdfunding é exaustiva e, por vezes, desfoca as lideranças do negócio.
Para não citar exemplos específicos, fecho esse artigo registrando que cada foodtech construirá sua jornada. Destaco que participar de um ecossistema em nossa visão é, sem dúvida, o conceito mais positivo, mesmo que seja uma startup capitalizada, pois as sinergias e oportunidades promovidas em um ecossistema são únicas.
Empreender tornou-se a saída para muitos jovens entrarem no mercado de trabalho e a necessidade de desenvolver maturidade na gestão de pessoas, processos e principalmente negócios é fundamental. Somos muito orgulhosos de frequentemente mentorarmos foodtechs em diferentes momentos do seu desenvolvimento.
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
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