A maturidade do consumidor em segurança de alimentos

Nossa jornada pós-pandemia nos trouxe um legado positivo em relação ao entendimento do consumidor sobre a importância da segurança dos alimentos e procedimentos de higiene em uma operação de alimentação.

Quando ainda não tínhamos clareza sobre as formas de transmissão do coronavírus, camadas de proteção como o uso de máscaras, visores e luvas pelos manipuladores; embalagens terciárias para delivery (sacos plásticos protegendo os de papel); selos que dessem visibilidade da qualidade de processos do restaurante, dentre outros exemplos, ganharam peso na decisão de compra dos consumidores.

Com a evolução da informação sobre a doença, alguns procedimentos foram sendo ajustados e, nesse momento, dada a amplitude da vacinação no País e o controle das internações e óbitos, vemos o consumidor menos tenso, porém, ainda atento e exigente.

Os bares e restaurantes também seguem organizados e comprometidos com o tema para dar resposta ao cliente mantendo padrões elevados. Nos dias 17 e 18 de novembro foi realizado pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes), o 10º Encovisas (Encontro Nacional de Vigilância Sanitária), com o objetivo de discutir as transformações e melhores práticas aplicadas ao foodservice.

Durante as discussões veio à tona uma grande dor do segmento, que é a capacitação dos colaboradores, especialmente no cenário de reaquecimento do mercado de alimentação fora do lar que exige novas contratações, já que houve o turnover forçado durante os períodos mais críticos.

Ponto pacífico é que resposta para essa dor é a tecnologia, hoje definida por transformação digital. Ou seja, da decisão de empresários em usarem ferramentas digitais nas relações com os clientes, na gestão dos negócios e na formação técnica dos seus colaboradores.

A Sanity Consultoria, que participou do painel que discutiu as mudanças do setor, recentemente lançou na plataforma de ensino à distância, o Academia Food, o programa de Boas Práticas de Fabricação, em três diferentes níveis: básico, avançado e complementar.

O objetivo da empresa é ajudar a acelerar, de forma correta e completa, a formação ou atualização de manipuladores, gestores de negócios e profissionais técnicos do setor, atendendo a totalidade de conteúdo exigido pela legislação.

A criação da Academia Food, foi uma coiniciativa nossa da Gouvêa Foodservice e da Benkyou, startup especializada em soluções para educação lançada no início deste ano, e seguimos agregando parceiros, como a Sanity para aportar mais know how e conteúdo que realmente ajude na recuperação e perenize a profissionalização do setor.

Nosso entendimento é de que o modelo tradicional de capacitação desenvolvida um a um não acompanha mais a velocidade das necessidades do segmento e nem a forma de aprender de um adulto.

Brevemente, falaremos em programas aplicados em metaverso, ou seja, permitindo mais do que uma interação gameficada, mas o protagonismo digital dos estudantes.

Em janeiro de 2022, pela primeira vez na história, a NRF terá uma vertical totalmente dedicada ao foodservice e players como Mcdonald’s, Panera bread, Wow BAO, Five Guys, Farm to Fork, dentre outros, que estarão lá para contar sobre suas iniciativas digitais e como afetaram sua cultura, diversidade, ESG, segurança de dados, controle da cadeia e, principalmente, como trouxeram respostas e soluções para os seus consumidores.

O fato é que os consumidores querem certezas e transparência sobre a qualidade dos seus procedimentos. Algumas redes no Brasil implementaram um processo de higienização de mesas cuja execução é tão minuciosa, que passaram a dedicar um colaborador exclusivamente para essa atividade.

A resposta do consumidor para os restaurantes dessa rede? Filas de espera de 40 minutos fora dos horários de pico, ou seja, fidelização.

Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
Imagem: Shutterstock

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